( Distrito Federal – Brasil )
Estudante da graduação em Ciência Política na Universidade de Brasília, atualmente também escriturário no Banco do Brasil S/A.
Informações coletadas do Lattes em 28/06/2020
1o. Prêmio Cassiano Nunes - Concurso Nacional de Poesia - Seleção 2009. Antologia. Org. Maria de Jesus Evangelista. Brasília: Universidade de Brasília -Biblioteca Central- Espaço Cassiano Nunes, 2010. 152 p. 14 x 21 cm. Ex. bib. Antonio Miranda
APONTAMENTOS PARA UMA POÉTICA CANDANGA
Esqueça o adjetivo brasiliense.
É algo mais inventado que a própria cidade.
Não considere nada que seja mais
artificial que Brasília. É parte do inexistente.
O céu em Brasília: o Corcovado no Rio.
O concreto de Brasília: o ferro de Itabira.
O avião não decola em seu próprio céu.
Tesourinhas; uma ideia, uma estética
apoética.
Bebe Behr. Planta Marx. Pensa nos ladrilhos de Bulcão,
somente então, firma. O apostolado de Athos.
Niemeyer não morreu.
(entrequadras nas entrelinhas)
Brasília só é possível de óculos escuros.
O branco ofuscante, o fogo invernal.
Há de se tomar cuidado com o nome
Brasília. É traiçoeiro. Sugere
coisas demais, a rima tosca, a ilha,
a agudeza de um acento, o feminino de um país.
Brasília é um homem que trocou de sexo.
Sem gênero, sui generis.
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Página publicada em abril de 2022
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